A programação deste ano começa no Dia Nacional da Consciência Negra, com roda de conversa entre mulheres do samba, desfile de moda afro e muita música

Mãe Dora de Oyá – Foto: Davi Mello/Pareia


Realizado anualmente na Casa do Cantador, em Ceilândia, o Festival Tardezinha do Samba volta à cena cultural do DF celebrando a sua quinta edição. A programação deste ano se estende entre os dias 20 novembro e 04 de dezembro, marcando duas importantes datas para a cultura afro-brasileira: o Dia Nacional da Consciência Negra e o Dia Nacional do Samba. Aberto a todas as idades e públicos, o evento contará com uma extensa programação, composta de shows musicais, intervenções poéticas, desfile de moda afro, rodas de conversa, mostra audiovisual, atividades de lazer para crianças e webnários formativos. Tudo com entrada franca.

O Tardezinha do Samba é o único festival do gênero realizado no Distrito Federal. Criado em 2018, ocupa sempre a Casa do Cantador, espaço que é referência histórica para a comunidade de Ceilândia e para a cultura popular do DF. Majoritariamente protagonizado por agentes culturais negros e periféricos, o projeto tem a proposta de reunir sambistas, poetas, artistas de variadas linguagens e pensadores da cultura afro-brasileira do DF, integrando convidados de outros estados. Entre shows, prosas e atividades formativas, é a música que conecta todas as pautas do evento, com destaque para as culturas do Samba, do Choro e do Charme.


Abrindo os trabalhos no Dia Nacional da Consciência Negra

No dia 20 de novembro, o Tardezinha do Samba 2022 inicia com a roda de conversa “Falando de Sambas – De Tia Ciata aos dias atuais: as lições das mulheres para o samba”. A roda começa às 15h, com a presença da jornalista e idealizadora da plataforma Samba Sampa, Maitê Freitas (SP); da jornalista, sambista e criadora da plataforma BR Brazil Show, Cláudia Alexandre (SP); da cantora e sambista Cris Pereira (DF); e da ialorixá, pesquisadora, compositora e idealizadora do projeto ABC Musical, Mãe Dora de Oyá (DF). A mediação é da cientista social e afroprodutora especialista em Educação, Patrimônio Cultural e Artístico, Jackeline Silva.

A partir das 17h, o primeiro dia do festival segue celebrando a representatividade e a beleza das mulheres negras, com o Desfile de Moda Afro realizado pela estilista Lia Maria. O desfile “Coleção22_diaspora009: #livrosdevestir” será realizado em formato de performace e tem como inspiração o livro “Mulheres de Axé”. Cada roupa/manto é um livro a contar uma história, enraizado nas manifestações culturais e populares afro-diaspóricas.

Após o desfile, começam os primeiros shows musicais e apresentações poéticas do Tardezinha do Samba 2022. No palco, a programação cultural integra a cadência do samba a outros diversos ritmos afro-brasileiros que encontram chão fértil nas perifas do DF, como afoxé, jongo e coco de roda. Entre 19h e 00h, se apresentam os grupos Nós Negras, Afoxé Ogum Pá, Jongo do Cerrado, Filhos de Dona Maria e Martinha do Coco. A poesia falada é por conta da MC Estelar. Nos intervalos entre cada show, é DJ Savana quem mantém o palco quente e os corpos em movimento.


Atividades formativas
Nesta quinta edição, o Tardezinha do Samba oferece ainda um Ciclo Formativo com seis webnários gratuitos para toda a comunidade, abordando temas como captação de recursos, direitos autorais, gestão de redes, memórias do samba, entre outros. As aulas serão ministradas por profissionais reconhecidos no mercado cultural do DF, do Rio de Janeiro e de São Paulo, com foco na qualificação de agentes culturais, músicos e artistas independentes. Os webnários acontecem entre os dias 21 de novembro e 1º de dezembro, com transmissão online pelo canal Tardezinha do Samba. As inscrições ficam abertas somente até as 23h do dia 20 de novembro (domingo), pela plataforma Sympla.


Histórico do Festival
O Tardezinha do Samba é o primeiro festival do gênero realizado em Ceilândia e no DF. É iIdealizado e coordenado pelo músico Marcelo Café e realizado pela Artecei Produções. Desde 2018, nomes consagrados e novos talentos se encontram no evento, oportunizando o lançamento de trabalhos e a consolidação das rodas de samba e dos bailes de charme que marcam os finais de semana em Ceilândia. Com programação gratuita, o festival contempla as linguagens da música, dança, poesia e audiovisual. Durante a pandemia, foram realizadas duas edições online (2020 e 2021). Esta 5ª edição, de volta ao formato presencial, conta com recursos do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal.


PROGRAMAÇÃO

20 NOVEMBRO – CASA DO CANTADOR
Dia Nacional da Consciência Negra

Cortejo Percussivo
14h às 15h: Grupo Batalá

Roda de Conversa
15h às 17h: “Falando de Sambas – De Tia Ciata aos dias atuais: as lições das mulheres para o samba”
– Com: Cris Pereira, Mãe Dora de Oyá, Maitê Freitas (SP), Cláudia Alexandre (SP) e Solisângela Montes – Sol (Subsecretaria de Difusão e Diversidade Cultural do DF
– Mediação: Jackeline Silva

Desfile de Moda Afro
17h20: – Coleção22_diaspora009: #livrosdevestir – Por Lia Maria

Shows musicais e apresentações cultural
19h: Nós Negras
20h: Afoxé Ogum Pá
20h45: MC Estelar
21h: Jongo do Cerrado
22h: Filhos de Dona Maria
23h: Martinha do Coco
Nos intervalos: Dj Savana


SERVIÇO
Tardezinha do Samba – Dia Nacional da Consciência Negra

QUANDO: 20 de novembro
ONDE: Casa do Cantador (Ceilândia-DF)
ENTRADA: franca
CLASSIFICAÇÃO: livre
NAS REDES: @tardezinhadosambacei
INFOS: 61 9.8629-2171