Projeto acontece de junho a setembro, com oficinas de pife, percussão, dança e cortejos. Encontros serão ministradas pelo coletivo Pitoco de Bambu e artistas do DF convidados, com presença do Mestre Zé do Pife
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“Banda de pife não pode acabar!” É a partir desse lema, sempre anunciado pelo pernambucano Mestre Zé do Pife, que muitos de seus aprendizes seguem fazendo cultura no Distrito Federal. Seu Zé viveu cerca de 40 anos espalhando a tradição do pife em Brasília e de seus ensinamentos surgiram diversos grupos, como o Pitoco de Bambu. Para seguir difundindo o legado encantado do mestre, de junho a setembro o grupo realiza o Ciclo de Formação em Banda de Pife, oferecendo oficinas gratuitas em diferentes espaços do DF. As inscrições estão abertas através do site www.pitocodebambu.com.br e a primeira oficina inicia no dia 1º de junho.
Criado como coletivo, o Pitoco de Bambu se configura ora como banda ora como bloco carnavalesco. Essa formação dinâmica permite ao grupo promover a cultura do pife em diversas frentes. Com o Ciclo de Formação em Banda de Pife, o coletivo vai ampliar suas ações com aulas de pife, percussão, dança e cortejos junto ao povo. As aulas serão ministradas pelo Pitoco e outros artistas pifeiros do DF, incluindo o Mestre Zé do Pife. A ideia é que os participantes possam integrar o Bloco Pitoco de Bambu, unindo-se a diversos tocadores e tocadoras de Brasília.
Formação em Banda de Pife: ciclos de aprendizagem
A primeira atividade da formação é a Oficina de Construção de Pife, ministrada por Mestre Zé do Pife e dois de seus aprendizes: Caracol (Pitoco de Bambu) e Igu Malagueta. O encontro será no dia 1º de junho (domingo), às 14h, na Feira da Torre de TV. A oficina busca instruir os participantes na construção artesanal do instrumento, abordando a confecção, afinação e acabamentos.
O ciclo de aprendizagem continua durante todas as segundas-feiras do mês de junho, com a Oficina de Primeiros Toques, ministradas pelo Mestre Zé do Pife e o Pitoco de Bambu. Os encontros serão nos dias dias 02, 09, 16 e 23/06, sempre às 19h, na Biblioteca Demonstrativa de Brasília. Nessa jornada, os alunos serão iniciados na musicalidade, história e tradição do pife, além de aprenderem músicas tradicionais como O Caboré, Asa Branca, Volta da Asa Branca, Juazeiro, Maria Bonita e Mulher Rendeira.
Em agosto e setembro o projeto retorna com três novos estudos: Oficina de Ritmos com o músico percussionista Pedro Tupã (Ventoinha de Canudo); Oficina de Danças ministrada pelo multiartista Joaley Almeida; e Oficina de Pife Avançado com a pifeira e musicista Dani Neri (Ventoinha de Canudo). As datas e locais das oficinas do segundo semestre serão divulgadas futuramente.
Práticas em Conjunto
A Formação de Banda de Pife também levará o encanto da tradição para diversas feiras da cidade, onde o público poderá prestigiar os ensinamentos compartilhados durante as oficinas. É um primeiro momento de brincadeira e interação dos novos aprendizes com o povo, em uma troca brincante cheia de música, emoção e alegria. O primeiro pouso será na Feira da Torre de TV, no dia 29 de junho (domingo), às 10h.
Mas o que é o pife?
O pife, ou pífano, é um tipo de flauta comum no Nordeste brasileiro, que possui uma sonoridade vibrante e penetrante, que marca o ritmo alegre de festas e celebrações populares no Brasil Profundo. Este instrumento de sopro, tradicionalmente construído em bambu ou madeira, tem se espalhado por todo o país, ganhando novas interpretações e fusões musicais a partir de ensinamentos de mestres da tradição e do intercâmbio com novas gerações.
E as Bandas de Pife?
As Bandas de Pife, também conhecidas como Zabumba, Cabaçal ou Terno de Pífanos, são compostas por uma dupla de pifes (tocando em diferentes afinações) acompanhada por instrumentos de percussão, como zabumba, caixa e pratos, além do triângulo, ganzá e pandeiro, a depender da região. Uma característica marcante é a ausência de instrumentos harmônicos, focando na melodia e no ritmo contagiante. Esta manifestação cultural desempenha um papel importante nas festividades interioranas, festas juninas, folias de reis, procissões, feiras, praças, ruas e onde mais o povo estiver. Banda de Pife é sinônimo de alegria, de festa, de emoção, tanto para quem toca quanto para quem ouve e contempla a sua energia.
Pitoco de Bambu
O Pitoco de Bambu é um coletivo artístico cultural e educativo brasiliense, que nasceu inspirado nas encantarias da cultura popular brasileira e na missão do pifeiro pernambucano Mestre Zé do Pife de “não deixar as banda de pife acabar”. O grupo tem como compromisso preservar e difundir a rica tradição musical do pife, celebrando e honrando a herança cultural por meio de projetos, oficinas, cortejos e apresentações, com performances vibrantes e envolventes, levando o som do pife a diversos públicos e espaços. Seu objetivo é promover a inclusão social e a valorização da cultura popular, proporcionando oportunidades de aprendizado e expressão artística para pessoas de todas as idades e origens.
O legado de um mestre
Mestre Zé do Pife é pernambucano de São José do Egito. Filho de agricultores, conheceu as bandas de pife em sua cidade natal quando era muito pequeno. O encanto com o instrumento se tornou então missão de vida: “não deixar as bandas de pife acabar”. Hoje, com seus 81 anos de existência nesta terra, pode afirmar, em sua estrada de artista, que tem muito o que contar: É pifeiro, tocador, professor, compositor de versos e aboios de vaqueiros e artesão de pife. Por 40 anos o mestre morou no Distrito Federal, onde iniciou dezenas de aprendizes na arte de tocar pife e outros instrumentos que compõem as bandas cabaçais. As habilidades com o instrumento o fazem ser conhecido como um dos pifeiros mais respeitados do Brasil.
O Ciclo de Formação em Banda de Pife é um projeto realizado com recursos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC-DF), Secretaria de Cultura e Economia Criativa, Governo do Distrito Federal.
SERVIÇO
Ciclo de Formação em Banda de Pife
Quando: junho a setembro de 2025
Primeiras atividades:
– Oficina de Construção de Pife: 1º de junho (domingo), às 14h – Feira da Torre de TV
– Oficina de Primeiros Toques: 02, 09, 16 e 23/06 (segundas), às 19h – Biblioteca Demonstrativa de Brasília
– Prática em Conjunto: 29 de junho (domingo), às 10h – Feira da Torre de TV
Entrada: franca e livre
Inscrições: www.pitocodebambu.com.br
Instagram: @pitocodebambu