Forrólengo circula por espaços e escolas públicas do Distrito Federal
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Circula Forrólengo irá ocupar espaços e escolas públicas de três cidades do DF. Primeira edição é no Centro de Ensino Fundamental 6 do Recanto das Emas
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A região Nordeste é berço de diversas formas de expressão culturais que atravessam o Brasil e o mundo. Em Brasília, encontramos a presença marcante de inúmeras dessas manifestações, perpetuadas pelos trabalhadores migrantes e pelas novas gerações. Unindo dois bens culturais nordestinos, estreia neste mês de setembro o projeto Circula Forrólengo, levando apresentaçoes do Mamulengo Fuzuê e do Caco de Cuia para espaços e escolas públicas do Recanto das Emas, Riacho Fundo I e Riacho Fundo II.
A primeira parada do projeto acontece na próxima sexta-feira, 1º de outubro, e ocupará o Centro de Ensino Fundamental 6 do Recanto das Emas, às 9h30. As apresentações são voltadas para a comunidade escolar e terão tradução em Libras para acessibilidade dos estudantes com deficiências auditivas. “Nossa comunidade escolar está muito feliz com o retorno híbrido e ainda mais feliz e satisfeita por poder receber o Projeto Forrólengo, seguindo todos os protocolos de segurança. Com esta apresentação, encerraremos a nossa Semana de Luta da Pessoa com Deficiência”, comenta o diretor da unidade, Eluides Agapito.
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Mais sobre o projeto
Forrólengo é uma continuidade do projeto Cuia de Mamulengo, realizado em 2019. Superando os desafios da pandemia e com recursos do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal, em 2021 a celebração deste fértil encontro segue unindo os grupos Caco de Cuia, representando o forró, e o Mamulengo Fuzuê. A ideia é encantar e divertir a população com manifestações genuinamente brasileiras e nordestinas, com todos os cuidados e protocolos anti-Covid.
Até o fim do ano, o projeto seguirá para o Riacho Fundo I e Riacho Fundo II.
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Brasília e a cultura nordestina
Arrastapés e bailes de forró são encontrados por todo o DF, desde os tempos da construção da capital pelos trabalhadores migrantes. Em Ceilândia, a histórica Casa do Cantador foi projetada por Niemeyer e construída para abrigar cantadores, repentistas e cordelistas nordestinos chegantes na cidade. No acervo do Arquivo Público de Brasília, há relatos de que haviam apresentações de Mamulengo em meio às obras de construção. Já na pesquisa de registro do Mamulengo, realizada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan, em 2015, o DF é apontado como a região fora do Nordeste com o maior número de brincantes e grupos teatrais que trabalham com essa linguagem.
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GRUPOS PARTICIPANTES
Caco de Cuia
Formado em 2005, o Caco de Cuia nasceu com a missão de pesquisar os ritmos, as danças, os folguedos e a musicalidade da cultura popular brasileira. Travesseando pelo país, é nas tradições da cultura nordestina que está fincada a verdadeira raiz de seus componentes, num repertório que passeia pelo baião, forró, xaxado e xote. O grupo é conhecido pela espontaneidade em palco, espaço onde celebra esses vários ritmos em sintonia com os ensinos e a alma de mestres como Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, João do Vale e Dominguinhos.
Mamulengo Fuzuê
Mamulengo Fuzuê é brincadeira aprendida com as tradições, é palhaço na rua, é boneco na tolda, é teatro popular que celebra a arte para despertar a transformação. Desde sua origem, o cortejo dessa família segue Brasil adentro e mundo afora, com 14 anos firmados na memória e identidade, na celebração da vida e na convivência com mestres e mestras de várias regiões do Brasil. Um grupo jovem, representante da nova geração do Mamulengo, que nutre a magia do teatro, dos folguedos e dos brincantes populares.