Davi Mello 01


O projeto de extensão da UnB “Curso de Banda de Pife” e a Oficina de Fabricação de Pife serão ministradas por Seu Zé e aprendizes, fortalecendo a cultura do pife na capital


“Eu moro no Distrito Federal,

toco pife em Brasília

e faço o povo chorar

e é por isso que não pode

as bandas de pife acabar” – Mestre Zé do Pife


Banda de Pife, Banda de Pífanos, Terno de Pífano ou Banda Cabaçal. Muitos são os nomes dados a essa importante, histórica e bela manifestação cultural. Presente principalmente em regiões como o Cariri Cearense, Pernambuco e Paraíba, as Bandas de Pife geralmente se apresentam em novenas religiosas e em festas para animar o povo. Em Brasília, essa tradição se renova e ganha força. Muito graças a Francisco Gonçalo da Silva, ou o Mestre Zé do Pife, um pernambucano, missionário cultural, que tem tocado e encantado diversos aprendizes pela cidade, formando muitos artistas e grupos musicais.


Natural de São José do Egito (PE), Mestre Zé do Pife, também conhecido como Seu Zé, é tocador e fabricante de pife há 60 anos. É também compositor de versos e aboios de vaqueiros. Quando jovem, trabalhou como lavrador e na construção civil. Em sua terra, conviveu com muitas bandas de pife, onde aprendeu a tocar e amar essa arte. Ao mesmo tempo viu muito dessa cultura se enfraquecer, como em sua cidade, onde resta apenas uma banda de pife, liderada por seu irmão, Zeca.

Radicado em Brasília há mais de 20 anos, formou em 2007 a banda de pífanos Mestre Zé do Pife e as Juvelinas, a partir de oficinas na Universidade de Brasília. Desde então, tem se dedicado exclusivamente a arte do pife, se apresentando em eventos, praças e feiras, e principalmente ministrando oficinas pela cidade, na missão de não deixar as bandas de pife acabar.


Na UnB, Seu Zé ministra diariamente oficinas desde 2007, ensinando os toques do pife e de instrumentos como zabumba, triângulo e pandeiro, além de ensinar como fazer o pífano. Seus ensinamentos são passados da maneira como aprendeu, pela tradição oral, a partir da vivência, experiência e observação.


Como resultado de sua missão para não deixar a cultura do pife acabar, no 2º semestre de 2016, as oficinas de Seu Zé passarão a ser um projeto de extensão na UnB, o Curso de Banda de Pife, com salas e horários fixos, permitindo mais infraestrutura e legitimação dessa arte, muitas vezes negligenciada e alvo de preconceitos. O Curso de Banda de pife acontecerá de 02 de setembro a 28 de outubro, quartas e sextas, das 12h às 13h30, no Departamento de Música da UnB, e contará com aulas de pife, percussão e danças populares, ministradas por Seu Zé e também por convidados. A atividade vale créditos para alunos da UnB, e o investimento é de R$80,00 para estudantes da UnB e R$120,00 para a comunidade.


E no dia 27 de agosto, sábado, às 14h, na Funarte, será ministrada uma oficina de Fabricação de Pifes. A oficina é ministrada por Mestre Zé do Pife e seus aprendizes, que também auxiliam em todo o processo. Na oficina há a identificação e preparo do bambu que será utilizado, além de técnicas de como confeccionar o pife afinado em Lá e também na nota de preferência pessoal. Na oficina, Seu Zé ensina ao aprendiz a introdução ao pífano, através de músicas clássicas da cultura popular brasileira, como “Asa Branca” e “Mulher Rendeira”, e através da prosa sobre as as vivências com bandas de pífano e suas tradições. O investimento é R$50,00



SERVIÇO – Curso de Banda de Pife

Quando? 02 de setembro a 28 de outubro, quartas e sextas, das 12h às 13h30

Onde? Departamento de Música da UnB

Investimento: R$80,00 para estudantes da UnB e R$120,00 para a comunidade

Informações e inscrições:

cursodepife@gmail.com


SERVIÇO – Oficina de Fabricação de Pife

Quando? 27 de agosto

Onde? Funarte

Investimento: R$50

Informações e inscrições:

cursodepife@gmail.com



#bandadepifenãovaiacabar